O Encontro da Poesia

 

Se me fantasio de gente 
o que me resta? 
A finitude poética do existir.
E se existir não for mais suficiente? 
Encontre então
 nas suas memórias de infância 
quem foi e o quanto existiu. 
E se eu ficar com saudade de quem já fui? 
Escreva um poema e o coloque como divisor de águas 
entre quem foi e quem pode ser. 
E se mesmo assim 
eu quiser o abraço da minha avó morta? 
Então dance pra você como dançava pra ela. 
E se mesmo assim eu ficar adulta 
e esquecer como se ama?
Então tire o sapato e ande descalça: 
só a terra faz a vida correr diferente dentro da gente.
E pronto. 
Sem mais perguntas. 
Vá e recrie suas raízes.

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