Eu escrevo, Tu Vives, Nós existimos


     Diante de uma perspectiva de autodescoberta sempre quis entender de uma forma sentimental o porquê das coisas. As coisas precisam de certa didática pra mim, e a minha didática parte do sentir muito mais do que da lógica. Eu costumo chamar mentalmente de lógica sentimental. Assimilar o entendimento e deixar os sentimentos se assentarem e me ocuparem. Viver demanda tanta dedicação que as vezes a gente esquece do que é primordial: parar e transitar tranquilamente dentro da gente. Reconhecer os espaços, tirar a poeira do coração que parece estar meio fechado (talvez um pouco em ruínas). Intransitável. 
     A gente às vezes se machuca: por causa dos outros ou por causa da gente mesmo. Respeitar que algumas dores existem, faz parte do processo do coração de continuar bombeando enquanto conserta o que tá machucado. Quando chego em casa e ligo uma música preciso que ela me lembre o porque de eu estar lutando tanto. Então ela tira de mim a carga dos dias, e me deixa só ser um corpo que existe em plenitude. Sem essa ideia de utilidade. Acho que é por isso que escrevo: 
- pra viver; 
- pra existir; 
- pra viver a plenitude que existir me proporcionou; 
- para aprender como fazer com que as pessoas também sintam isso. (É supremo! Todo mundo deveria sentir isso) 
      Essa é a função dos meus textos: Tirar a carga dos dias e deixar com que todos construam a própria visão da plenitude.





Comentários

  1. Eu fico triste que o capitalismo cada vez mais tira o prazer do viver da gente e cada vez mais insere o sentimento de utilidade. Quando se vive fora dessa lógica é difícil fazer ligações, porque as pessoas te julgam muito e te chamam de inútil, como se a sua utilidade fosse trabalhar. A gente é muito mais do que isso. A gente é mais que isso, a gente quase não é a produção, na verdade. A música, como todas as artes, te leva pro sublime. Pro real sentido da existência. Cada um vai se relacionar mais com um tipo de arte e eu fico triste com quem não se relaciona com nenhuma, eles perdem tanto... Tem muita gente que vai se relacionar mais com a literatura (ou com ela também) e certeza que seus textos fazem ela sentir mais do que pensar que precisam ser úteis. Seus textos os levam mais pro real sentido da vida. Obrigada por eles. Beijão.

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