tag:blogger.com,1999:blog-30025313524834481402024-03-05T20:05:50.455-03:00ReticênciasLucila Eliazar Neveshttp://www.blogger.com/profile/14999333540940907894noreply@blogger.comBlogger87125tag:blogger.com,1999:blog-3002531352483448140.post-49554623316022642932023-11-30T22:57:00.001-03:002023-11-30T22:57:55.251-03:00Observação<p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiylRGLq32EdknQ9nl4TBIAIJOpk8ZGrmiC3Z7LkHaiM1rmKZT181AoTgdtBFECzjFrEnG_ugZDKOypAMozYITFhXVi-Nh5jOFpRMTnPzf3WHac9uZdoLDk5j3c6TsTWVprv5e7d0wEhGTYH1lGTEWWlBR9PygN-Fuv8nE3lQg-UY1zKkMcKimF5ogKZxH/s610/instap.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="610" data-original-width="338" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiylRGLq32EdknQ9nl4TBIAIJOpk8ZGrmiC3Z7LkHaiM1rmKZT181AoTgdtBFECzjFrEnG_ugZDKOypAMozYITFhXVi-Nh5jOFpRMTnPzf3WHac9uZdoLDk5j3c6TsTWVprv5e7d0wEhGTYH1lGTEWWlBR9PygN-Fuv8nE3lQg-UY1zKkMcKimF5ogKZxH/w221-h400/instap.jpg" width="221" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Acervo Pessoal</td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: justify;"><br /></p><div style="text-align: justify;"> <span> </span><span> </span><span> </span><span> </span>Quando era criança e ainda dormia no quarto dos meus pais, eu tinha inúmeros pesadelos. Ficava naquele estágio do sono em que você está de olhos abertos, mas ainda em sonho. Um par de olhos verdes neon (como olhos de gato no escuro) me perseguia no quarto constantemente. Eu via o perigo rondando o sono de todo mundo. Ouvia meu pai roncando e observa o monstro de olhos verdes neon flutuando e se pendurando no portal da porta do quarto. Eu temia que fosse atacada a qualquer momento já que minha cama ficava perto da porta. Então chamei meus pais que eram bem maiores que eu pra lidar com a situação. Quando em desespero eu comecei a chamar, primeiro meu pai, depois minha mãe minha voz não saía. Eu abria a boca e nada. Eu tentava e tentava e não conseguia. Eu não lembro o que acontecia depois. Acho que eu virava pro canto e cobria a cabeça. </div><div style="text-align: justify;"> Nos últimos meses passei bebericando o verdadeiro suco do caos. Meu pesadelo irreal aconteceu de olhos abertos. O pesadelo agora eram alguns sintomas mal medicados aliados à muita bagunça. Eu acuada, queria como no sonho pedir ajuda aos meus pais que não me escutavam. Mas me esconder debaixo das cobertas só piorava.
Nesse período eu decidi focar toda a minha energia em escrever os textos da aula de escrita. Entre as muitas formas de escrever sem escrever que utilizo a que mais gosto é a fotografia. E já que minha voz não saía pra mais nada decidi postar só as fotos que ia tirando sem texto nem nada no <a href="https://www.instagram.com/lucibsb_en/" target="_blank">instagram. </a> Queria saber se elas conseguiam deixar pistas de quem eu era, de quem eu queria ser e de como eu valorizava as coisas. </div><div style="text-align: justify;"> <span> </span><span> </span><span> </span><span> </span>Então Pronto. Achei meu fósforo. Posso enxergar de novo. Estou bem e curiosa pelas coisas que posso viver e ter. Reconstruções são importantes, mas nem por isso fáceis. E não pense que a vida são só flores. Tive uma sessão de terapia e tanto hoje. Daquelas que você sai nem triste, nem alegre. Porém exausta, precisando de um copo grande de água fresca e uma sonequinnha de 2 horas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div>Lucila Eliazar Neveshttp://www.blogger.com/profile/14999333540940907894noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3002531352483448140.post-86224125128539926432023-02-19T13:15:00.001-03:002023-02-19T13:15:42.619-03:00Desatando o Nós<p> </p><div style="text-align: right;"><i>“O menino de ontem me plange” </i></div><div><div style="text-align: right;">Manoel de Barros </div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXzwyU9klIcZYGUeQGjRnJkZNG6UDCYXuT_R2-6GguYpZj0NjspeqUR_Y1uti51NqPKK7FsAp_XsuRUucre0IjL7BhFOPI5u3eRM2QecROVXld872C07W7cLbHdRIhvOOtC0AIkrWIOwpoa6V6dE4GwjSIrvgx-7_9XTxU0-7tPs-Zm40jip7QVwIXCg/s4875/mohamed-nohassi-9Hiysp7jcmQ-unsplash.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="4875" data-original-width="3250" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXzwyU9klIcZYGUeQGjRnJkZNG6UDCYXuT_R2-6GguYpZj0NjspeqUR_Y1uti51NqPKK7FsAp_XsuRUucre0IjL7BhFOPI5u3eRM2QecROVXld872C07W7cLbHdRIhvOOtC0AIkrWIOwpoa6V6dE4GwjSIrvgx-7_9XTxU0-7tPs-Zm40jip7QVwIXCg/w266-h400/mohamed-nohassi-9Hiysp7jcmQ-unsplash.jpg" width="266" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Mohamed Nohassi por Unsplash</td></tr></tbody></table><br /><div><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Eu era uma criança até ontem. Eu me sentia perdida. Eu queria minha mãe de mãos dadas comigo. Eu aprendi a amar meus dedos dançando no ar quando era pequena. A dança que sempre existiu em mim, só renasceu quando saí da rodinha do ramster de ser adulta responsável pelo “giro de capital” da humanidade. Eu coloco café numa xícara que minha mãe ganhou de casamento e encaro a sonoridade inexplicável na minha cabeça. Ela é sinal de que estou muito mais perto da unidade dentro de mim. É que antes existia a Lucila por fora e a que estava amordaçada por dentro e não sabia pedir ajuda. Eu ainda não sei me explicar. Eu esqueço que não tenho mais a mordaça. Eu me confundo e fico louca porque nada faz sentido quando abro a boca. Mas quanto mais eu me jogo mais me uno às partes que se soltaram. Quanto mais tento encontrar formas de falar mais me sinto em uníssono. Existia uma árvore e uma bailarina dentro de mim. Cada camada precisou ser quebrada para que eu pudesse encontrar a seiva que as une como parte de um inteiro. Precisei parar de fazer sentido pros outros e ter o sentido em mim. Então descobri um pouco do vento que faz de tudo o que sou uma dança nas alturas. É sublime.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;"><br /></p></div>Lucila Eliazar Neveshttp://www.blogger.com/profile/14999333540940907894noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3002531352483448140.post-64737122675241247572022-10-16T18:41:00.000-03:002022-10-16T18:41:46.103-03:00Peixe<p style="text-align: justify;"> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMKMfPHMlO-WwxSO3ly27g-AuEVWGez37IA4sX-LB5gcDftSfpbD4mJEW8jtMWuIa-BDDGyg80DTKiL-sCi7H3w9gl_F-kqahLdMNzPW1q9z24hEcmD_TjJyC-3LlWIBZ8HTUBqB9-ewZE2mZFd4Xt-ytBWY4BWxX_sgVgmdiBE78coUp55jSQExwQtg/s3116/alexandros-giannakakis-qagWbls7Zp4-unsplash.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3116" data-original-width="2493" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMKMfPHMlO-WwxSO3ly27g-AuEVWGez37IA4sX-LB5gcDftSfpbD4mJEW8jtMWuIa-BDDGyg80DTKiL-sCi7H3w9gl_F-kqahLdMNzPW1q9z24hEcmD_TjJyC-3LlWIBZ8HTUBqB9-ewZE2mZFd4Xt-ytBWY4BWxX_sgVgmdiBE78coUp55jSQExwQtg/w512-h640/alexandros-giannakakis-qagWbls7Zp4-unsplash.jpg" width="512" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Alexandros Giannakkis por Unsplash</td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> <span> </span>No fundo, o mar é calmo. Mas eu não sou um peixe. Eu venho à tona incontáveis vezes. Sou eu que nado agora, eu sei. Então me cerco de coisas minhas, só minhas. </div><div style="text-align: justify;"> <span> </span><span> </span><span> </span>Ledo engano. </div><div style="text-align: justify;"> Eu preciso de nuvens que soprem sua própria forma no céu e um sol morno. Eu preciso ser meu melhor perto dos outros sem me preocupar em ser só para os outros. O que a vida tem de exuberante tem de frágil. É nesse limiar que me perco às vezes. </div><div style="text-align: justify;"> O medo de me afogar enquanto busco a calmaria abaixo das ondas, é o que me faz frustrada por não ser um peixe, não simplesmente o fato de não ser o peixe.
Então me pergunto todos os dias: Como aprender a não me afogar, vai me ajudar a ser um peixe?</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div>Lucila Eliazar Neveshttp://www.blogger.com/profile/14999333540940907894noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3002531352483448140.post-75188429922889186892022-08-11T19:40:00.001-03:002022-08-12T19:44:53.899-03:00O Encontro da Poesia<p> </p>
Se me fantasio de gente <div>o que me resta? </div><div>A finitude poética do existir.</div><div>E se existir não for mais suficiente? </div><div>Encontre então</div><div> nas suas memórias de infância </div><div>quem foi e o quanto existiu. </div><div>E se eu ficar com saudade de quem já fui? </div><div>Escreva um poema e o coloque como divisor de águas </div><div>entre quem foi e quem pode ser. </div><div>E se mesmo assim </div><div>eu quiser o abraço da minha avó morta? </div><div>Então dance pra você como dançava pra ela. </div><div>E se mesmo assim eu ficar adulta </div><div>e esquecer como se ama?</div><div>Então tire o sapato e ande descalça: </div><div>só a terra faz a vida correr diferente dentro da gente.</div><div>E pronto. </div><div>Sem mais perguntas. </div><div>Vá e recrie suas raízes.</div>Lucila Eliazar Neveshttp://www.blogger.com/profile/14999333540940907894noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3002531352483448140.post-85242713558755590082022-07-21T15:44:00.000-03:002022-07-21T15:44:26.979-03:00Eu escrevo, Tu Vives, Nós existimos<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> <span> </span>Diante de uma perspectiva de autodescoberta sempre quis entender de uma forma sentimental o porquê das coisas. As coisas precisam de certa didática pra mim, e a minha didática parte do sentir muito mais do que da lógica. Eu costumo chamar mentalmente de lógica sentimental. Assimilar o entendimento e deixar os sentimentos se assentarem e me ocuparem. Viver demanda tanta dedicação que as vezes a gente esquece do que é primordial: parar e transitar tranquilamente dentro da gente. Reconhecer os espaços, tirar a poeira do coração que parece estar meio fechado (talvez um pouco em ruínas). Intransitável. </div><div style="text-align: justify;"> <span> </span>A gente às vezes se machuca: por causa dos outros ou por causa da gente mesmo. Respeitar que algumas dores existem, faz parte do processo do coração de continuar bombeando enquanto conserta o que tá machucado. Quando chego em casa e ligo uma música preciso que ela me lembre o porque de eu estar lutando tanto. Então ela tira de mim a carga dos dias, e me deixa só ser um corpo que existe em plenitude. Sem essa ideia de utilidade. Acho que é por isso que escrevo: </div><div style="text-align: justify;">- pra viver; </div><div style="text-align: justify;">- pra existir; </div><div style="text-align: justify;">- pra viver a plenitude que existir me proporcionou; </div><div style="text-align: justify;">- para aprender como fazer com que as pessoas também sintam isso. (É supremo! Todo mundo deveria sentir isso) </div><div style="text-align: justify;"> <span> </span> Essa é a função dos meus textos: Tirar a carga dos dias e deixar com que todos construam a própria visão da plenitude.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/FcrVAn3Geio" width="320" youtube-src-id="FcrVAn3Geio"></iframe></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div>Lucila Eliazar Neveshttp://www.blogger.com/profile/14999333540940907894noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3002531352483448140.post-23405560809604096292022-03-26T11:09:00.000-03:002022-03-26T11:09:50.838-03:00Destino*<p style="text-align: justify;"> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbcvzCa7pLABC7mAgnZDTBjs9JSo8CX3wiL9IqIaWfSNHkWB_z5dw4H6LGluhwc_TsG1LH6fc_gTg-qlcSIw1-UsC98SUSMVo1SQusZbsF2484z2sQzt7Oged73AnHj8uP9ch7QESfnx9lrmSf2XCTy5EsZZjJyIkEhXtV_sGyO_s_RzrEeBANlpeFjw/s3000/@thommilkovic.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3000" data-original-width="2018" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbcvzCa7pLABC7mAgnZDTBjs9JSo8CX3wiL9IqIaWfSNHkWB_z5dw4H6LGluhwc_TsG1LH6fc_gTg-qlcSIw1-UsC98SUSMVo1SQusZbsF2484z2sQzt7Oged73AnHj8uP9ch7QESfnx9lrmSf2XCTy5EsZZjJyIkEhXtV_sGyO_s_RzrEeBANlpeFjw/w269-h400/@thommilkovic.jpg" width="269" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">@thommilkovic por unsplash</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br /></p><div style="text-align: justify;"> O silêncio é vasto por fora. Por dentro é ensurdecedor. O sangue corre feroz pelas veias, estou nervosa. Não sei, ando cabisbaixa porque não sei para onde olhar. Por vezes pensei que seria inútil escrever. Mas acabo escrevendo sobre isso. </div><div style="text-align: justify;"> Escrever era um ótimo passatempo quando eu era criança e não sabia escrever. Conhecia uma letra do alfabeto e rabiscava toda uma sabedoria no caderno amarelo. Eu era a pessoa mais importante que eu conhecia quando escrevia até que parei quando aprendi a escrever. Eu cresci e quando estava distraída escrevi meu primeiro poema e recuperei a importância que havia perdido. </div><div style="text-align: justify;"> Depois disso voltei a questionar várias vezes se essas letras que se juntam em palavras deveriam mesmo existir, mas meu caminho com a escrita acaba se cruzando mais e mais vezes sem que eu nem perceba. Principalmente quando coloco uma música para relaxar e me livrar da ansiedade.Hoje entendo que ela me ajuda a me importar e dar vida ao que eu penso e sinto. Pego meu caderno e caneta e começo a rascunhar meus pensamentos e sentimentos. Quando penso que estou só de novo a escrita sempre surge, me dá as mãos e me ajuda a atravessar o caminho. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/1dGrGVcXHyU" width="320" youtube-src-id="1dGrGVcXHyU"></iframe></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjevPBk7Ky1pHgTCYFRyiPU21WS5bkoLbLIgntoU3fNZApBKXA-noozm49BmYL-32PF8ChIv7aVon5gDwntuzfQ7_CwWl_wU4WMuP2YL4VPy2oaN1rk9C1Ec-fH_2bkN5Isyh69dVnpibVJHgC77w_7BADZlGfMjM28S7GcdUBrfA7ogvbm01aEPdH5fw/s987/Selo%20para%20post.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="404" data-original-width="987" height="131" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjevPBk7Ky1pHgTCYFRyiPU21WS5bkoLbLIgntoU3fNZApBKXA-noozm49BmYL-32PF8ChIv7aVon5gDwntuzfQ7_CwWl_wU4WMuP2YL4VPy2oaN1rk9C1Ec-fH_2bkN5Isyh69dVnpibVJHgC77w_7BADZlGfMjM28S7GcdUBrfA7ogvbm01aEPdH5fw/s320/Selo%20para%20post.png" width="320" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div>Lucila Eliazar Neveshttp://www.blogger.com/profile/14999333540940907894noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-3002531352483448140.post-7555431451115972772022-03-16T19:00:00.033-03:002022-03-16T20:56:09.015-03:00{Histórias de Família} Terra<p style="text-align: right;"></p><p> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgspkEk0Rjy1lNEpidlA7vHeYSiEFYr4VjA7TYUysVNqmt0t0WpUZNMQs61lZSlqGLdN1UolnVMC8VtQm7IJwkFC6YtYppyKgY9F7P4F6YMWHHqgPWbL-SQ9BNfIgrSqbn1Y0IRLC-xgAGPVpKPyzvhFYK4Z1DQ_mVlGUaTZCMaQ8XjwvYX5U5YgIfu8w=s1080" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="810" data-original-width="1080" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgspkEk0Rjy1lNEpidlA7vHeYSiEFYr4VjA7TYUysVNqmt0t0WpUZNMQs61lZSlqGLdN1UolnVMC8VtQm7IJwkFC6YtYppyKgY9F7P4F6YMWHHqgPWbL-SQ9BNfIgrSqbn1Y0IRLC-xgAGPVpKPyzvhFYK4Z1DQ_mVlGUaTZCMaQ8XjwvYX5U5YgIfu8w=w400-h300" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Acervo Pessoal </td></tr></tbody></table><br /><p></p><div style="text-align: justify;"> <span> </span>Sempre que relembro uma história, a sensação é de, depois de um longo dia de trabalho, colocar os pés na grama fresca, assentar-se à sombra de uma árvore e tatear a terra. À luz de minhas histórias minhas raízes se tornam mais fortes. Sinto essa energia vital girando em torno do meu corpo. Ela tem um cheiro forte de mato. </div><div style="text-align: justify;"><span> </span>Essa história tem o pano de fundo bem elaborado: uma mata cheia de árvores altas, bem mais altas que a criança que já fui. Elas eram quase infinitas. O mundo era gigante e acontecia a minha volta. O som das águas que moviam o moinho estava cada vez mais alto. A casa da fazenda cada vez mais distante. Eu me sentia segura com ele. Ele era alto e sua presença era confortável. Suas mãos calejadas eram só minhas agora. Ele acercava-se de mim, eu dele. Não sentia medo, só essa sensação de aventura.</div><div style="text-align: justify;"> <span> </span>Próxima ao moinho as árvores antes espaçadas, agora eram mais próximas e de copas abundantes. Meu pai espia dentro do moinho: tudo certo. Ele planeja continuar nossa aventura. Mas eu tenho um pouco de medo: da cerca de arame com garras pontudas e da enorme caixa de maribondo.
Ele insiste, mas meu medo nos impede. Eu pareço petrificada. Percebo que ele queria pular a cerca pra apanhar um abacaxi do outro lado. Eu o espero do lado de cá. Ele volta. Ele olha pra mim e ri. Eu disse algo engraçado porque ele ri uma risada ampla que mostra todos os dentes. </div><div style="text-align: justify;"> <span> </span>Ele tinha nas mãos um pequeno abacaxi. O menor que já havia visto até então. Ele tira o canivete do bolso, descasca o abacaxi e ali mesmo comemos assentados no chão. Era o abacaxi mais doce que já comi. Nunca me esqueci da sensação do abacaxi desmanchando na boca, escorrendo seu suco pelo braço, melando os dedos que grudavam entre si. Acho que nunca percebi meu pai quanto ali. Sem ser nada além de um desbravador que desfruta da sua descoberta.
Perto dos 15 anos, em uma conversa na cozinha de casa, meu pai relembrou esse dia. O olhei com cumplicidade e sorri. Ele era mesmo um desbravador; ele esteve mesmo lá, como eu estive.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div>Lucila Eliazar Neveshttp://www.blogger.com/profile/14999333540940907894noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3002531352483448140.post-33075010929622642912022-02-17T09:02:00.000-03:002022-02-17T09:02:50.560-03:00Estado de existir<p style="text-align: justify;"> </p><div style="text-align: justify;"> Não tem mais nada que me doa e possa virar poema. A fase da dor - guia e salvação - é tema de <a href="https://www.editorapenalux.com.br/loja/as-79-luas-de-jupiter?fbclid=IwAR0Zj0jnub_eHbZYACmzh5v2_R0FV5j0b3IBGQqSmILRwYBXaDOSSAPaHRE" target="_blank">outro livro</a>. Morrer um pouco a cada poema e ressurgir após um orgasmo de palavras tão profundas e intensas; universalmente falando, estar entre um planeta e suas luas, nada disso faz parte de um agora. Na verdade faz, mas não mais como guia. Não. A parte difícil de ter a necessidade de falar é realmente falar. Encerrar um ciclo não é tão difícil quanto recomeçar um novo. Quem sou do que sobrou? </div><div style="text-align: justify;"> Eu passei uma parte da minha vida questionando quem fui desde que nasci. Se fui boa em algo, em ser eu ou em qualquer outra coisa que valha a pena. Nunca acreditei em mim, e segui os últimos anos tentando "me forçar" a ser valiosa no passado, tentando enxergar quem eram as pessoas por trás dos meus traumas e com quais olhos elas observavam a minha capacidade de existir. Eu me hipnotizei no outro e sua opinião. Quanto do que dedicavam a mim - desafeto ou amor - era fruto da visão do próprio ideal ou da minha pura e simples existência? Sem expectativas. Só existir. Mais uma vez me apeguei ao porque com a única intenção de consertar o quebrado. Não que isso seja errado. Às vezes a gente precisa consertar algo pra seguir em frente e ressignificar o próprio existir. Como a arte japonesa do <i><a href="https://brasil.elpais.com/brasil/2017/12/01/eps/1512125016_071172.html" target="_blank">Kintsugi</a></i>. O fato é que é cansativo caminhar com a carga da dor, mesmo ela sendo a única referência. Depois de anos cansada passei a questionar se era preciso MESMO carregar aquilo. Tanta dor. Passei a questionar se não existia uma versão mais saudável de se levar a vida. </div><div style="text-align: justify;"> Eu escrevi uma carta ao cara que praticava <i>bullying</i> comigo na escola. Ele já morreu e jamais poderá ler essa carta (não que ele fosse ler se estivesse vivo). Mas algumas coisas a gente precisa dizer pra gente mesmo. Quase me inundei com as minhas próprias lágrimas. Por mais que pertencimento seja a meta de vida do ser humano, não valorizar a própria existência pulveriza o pertencimento às cinzas. Não pertencemos ao outro se não pertencermos a nós mesmos. Não pertencemos a nós mesmos se não valorizarmos nossa existência como morada para poesia. Única e natural beleza de existir.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/_2Nh-gbEs5o" width="320" youtube-src-id="_2Nh-gbEs5o"></iframe></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div>Lucila Eliazar Neveshttp://www.blogger.com/profile/14999333540940907894noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3002531352483448140.post-79957008348651061532022-01-11T19:18:00.000-03:002022-01-11T19:18:08.614-03:00{Histórias de Família} Água<p style="text-align: justify;"> </p><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjAh_buSbqxhI805oDBg8bPM8fN9Ggv1OuMi6btwdZQo3n_tYhoa2YxhsIIFTOode2IJ_h8wngBqpHvAGu5qZ7NJDQP5qUZg76citFTX-87ld4PNPri2sLYxicKu9NYA1VATYDJLm-UhslAsjaQgqH3xbvR1fsy6gzmUUYZcGJVQBQSSopIR4N9i9Yg1w=s2228" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2208" data-original-width="2228" height="428" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjAh_buSbqxhI805oDBg8bPM8fN9Ggv1OuMi6btwdZQo3n_tYhoa2YxhsIIFTOode2IJ_h8wngBqpHvAGu5qZ7NJDQP5qUZg76citFTX-87ld4PNPri2sLYxicKu9NYA1VATYDJLm-UhslAsjaQgqH3xbvR1fsy6gzmUUYZcGJVQBQSSopIR4N9i9Yg1w=w432-h428" width="432" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Acervo Pessoal</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> Minhas histórias de família são memórias afetivas. Trago-as embrulhadas com um laço de afeto fluido e genuíno e respeitosamente guardo todas numa caixa mental especial. Como um baú cheio de um curso d’água morna e afável. Durante a infância íamos muito à roça, herança da família do meu pai. Na fazenda a cor da terra era diferente. Em algumas partes a terra era roxa, em outras ocre. Certo dia meu pai estava cuidando de uma plantação de abóboras d’água (algumas quase ao ponto de cabaça) e mostrava-a a minha mãe. </div><div style="text-align: justify;"> Meus irmãos já estavam mais a frente indo em direção ao córrego que cortava a propriedade. Um pequeno córrego que aumentava sua margem aos poucos até mais abaixo ter força suficiente pra conseguir mover um moinho (o qual no interior de Minas chamamos carinhosamente de “munho”). </div><div style="text-align: justify;"> Eu não conseguia abarcar tanto: o cheiro de mato durante a capina misturado ao vento lento. Minha franja de criança voava fina e loira com o vento. </div><div style="text-align: justify;"> Era manhã mas o sol já estava quente. Minhas bochechas ardiam e eu precisava beber água. Quando me aproximei do córrego e me ajoelhei a água era transparente com pedrinhas marrons no fundo. Meus pais me ensinaram a beber água com uma folha feito meus irmãos. Por mais que tentasse eu só conseguia beber água com as mãos em concha. A MELHOR ÁGUA QUE JA TOMEI! </div><div style="text-align: justify;"> Meus irmãos entraram na água rasa e se molharam da cintura pra baixo, eu com medo só queria saber como se bebia água com uma folha. </div>Lucila Eliazar Neveshttp://www.blogger.com/profile/14999333540940907894noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3002531352483448140.post-54570040812928323172022-01-05T18:45:00.000-03:002022-01-05T18:45:05.316-03:00Não-Nós<p> </p><div dir="rtl" style="text-align: right;"><br /></div><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjoWYAWYH3b4za0ibyHy01GWTtHBrfHKs82zNFvfFJQP8B2VTmw0OSL46k7_pux_IslBNPdtPsr24vvyrefUPqAWbMfD1KLb4WXtKaY1f_bQ2nEFj_iFeHiyWORldS2f0n8MM5O9CuL2tH0OTlrxznmDL0hiWh9-_weRim2pSI30F871edrnlVdADYgtA=s1280" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="853" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjoWYAWYH3b4za0ibyHy01GWTtHBrfHKs82zNFvfFJQP8B2VTmw0OSL46k7_pux_IslBNPdtPsr24vvyrefUPqAWbMfD1KLb4WXtKaY1f_bQ2nEFj_iFeHiyWORldS2f0n8MM5O9CuL2tH0OTlrxznmDL0hiWh9-_weRim2pSI30F871edrnlVdADYgtA=w426-h640" width="426" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Acervo Pessoal</td></tr></tbody></table><div style="text-align: center;"><br /></div><div><br /></div><div> </div><div><br /></div><div><br /></div><div> Metade do meu rosto está à sombra. Estou à mesa. Tem um queijo </div><div><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span>partido ao meio e uma xícara de ágata azul cheia fumegou o meu </div><div><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span>café. Eu entornei o café da minha xícara na sua. Meio a meio. Mas </div><div><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span>só a água reflete nós. O café o... não-nós. À luz chanfrada no chão </div><div><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span>de taco me sento ereta. Eu me concentro em encher e esvaziar o ba-</div><div><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span>lão, mas não anulo a falta que você me faz. Metade de você em mim. </div><div><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span>Metade de mim em...Um cartão voa por debaixo da porta. Sua letra <br /><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span>é visível no chão da sala. O sol apenas um filete na parede. Sou toda </div><div><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span>sombra, só a parede que me enxerga.</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div>Lucila Eliazar Neveshttp://www.blogger.com/profile/14999333540940907894noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3002531352483448140.post-39322420017698464602021-11-20T18:41:00.000-03:002021-11-20T18:41:18.933-03:00Dédalo<p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVOaM8sVJc6QPsncnrEknRR2knnPbd64ykVPWCGBlEVecHos4wdDA21GWoMJqwV0OYXnZJtPArEdQwgC72GYtmdjXYYTl8jMABAQ5pbGUWNi4LuNpVPxnXRB5ysuLo5txj9ryfZ0GQhQi9/s2048/maksym-kaharlytskyi-1KdnEeZ-gLU-unsplash.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1363" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVOaM8sVJc6QPsncnrEknRR2knnPbd64ykVPWCGBlEVecHos4wdDA21GWoMJqwV0OYXnZJtPArEdQwgC72GYtmdjXYYTl8jMABAQ5pbGUWNi4LuNpVPxnXRB5ysuLo5txj9ryfZ0GQhQi9/w426-h640/maksym-kaharlytskyi-1KdnEeZ-gLU-unsplash.jpg" width="426" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto de @qwitka de unsplash</td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: justify;"> Num diálogo interno escrachado, debochado e ligeiramente irritado me coloco em ebulição. Eu pareço louca da vida por me perceber como que "de repente" tão condescendente. Eu nunca fui dona das minhas atitudes, mesmo sendo responsável por elas. Espero sempre que elas próprias (as atitudes) decidam criar vida antes mesmo que eu as pense (pra não dar chance de desistir). Espero, espero, espero... Sou eu lá do outro lado do rio esperando que minha própria sombra não se afogue ao atravessá-lo. </p><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> "Agora é a sua vez! Eu estou aqui esperando você me ensinar a crescer."</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> Eu toda confusa sempre pensei que havia me perdido, mas não sei se algum dia sequer me pertenci.
Usei meu ego machucado como muleta. E aqui estou eu, manca, perdida e com amnésia. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> Nós somos os mesmos que cruzaram a barreira do tempo e se sentaram lado a lado na sala de aula, então porque não podemos dividir a mesma expectativa, como quem divide o lanche no recreio? </div><div style="text-align: justify;"> Talvez fosse falta de charme. Talvez seja aquela falta de tato ou talvez seja você. Mas vou continuar tentando, talvez um de nós acorde e perceba que já perdeu tempo demais com quem não merece. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> As palavras são fluidas como tempo. Funcionam como âncora às vezes. Dessa forma elas podem machucar quando são duras e pesadas e nos afundam. Não só a sombra. O corpo todo. Só o ego é que flutua. Ele fica agarrado a uma cadeira velha, pequena, enferrujada, quadrada e obsoleta. Ele passa a ser a única forma de oxigênio e é por isso que eu tenho sufocado aos poucos. Por isso e por apego a quem já fui. Ou a todas as pessoas que fui e que me ajudaram a não ser.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div>Lucila Eliazar Neveshttp://www.blogger.com/profile/14999333540940907894noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3002531352483448140.post-22097259337262369082021-08-21T20:26:00.003-03:002021-11-20T21:23:56.239-03:00Vivência<p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9DSbt-D-OsEFucjAGFRkGMeqxM61V-v3UsJ98zjwTtJoJEQahyphenhyphenWK7dAeRtMb9qyDZRmF5oVZn4q1MIeZgi2-N5bgjYngV577N9rArsXi3zQu4LYnyxCIVr701mW2_jdj-r-IbASRUwW26/s2048/lachlan-dempsey-6VPEOdpFNAs-unsplash.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1639" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9DSbt-D-OsEFucjAGFRkGMeqxM61V-v3UsJ98zjwTtJoJEQahyphenhyphenWK7dAeRtMb9qyDZRmF5oVZn4q1MIeZgi2-N5bgjYngV577N9rArsXi3zQu4LYnyxCIVr701mW2_jdj-r-IbASRUwW26/w320-h400/lachlan-dempsey-6VPEOdpFNAs-unsplash.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto de @lachlanjdempsey de unsplash</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br /></p><div style="text-align: justify;"><span> </span>Tem que ser tudo certo, alinhado. Tudo dentro do planejado, monitorado. Expectativas, expectativas. É tudo muito burocrático, mas que terrível se o trem se descarrilhasse. Tudo muito certo enquanto por dentro: <i>plot twist</i>. É tudo muito bagunçado, vive-se sem saber do dia de amanhã. Que medo! Na semana que vem eu perco o emprego? Meu namorado pode terminar comigo a qualquer momento? Talvez me trocar por alguém mais bonita? Eu me machuco amanhã? Eu morro amanhã? Como descobrir respostas para uma pergunta sem resposta? Existe sequer alguma pergunta? </div><div style="text-align: justify;"><span> </span>É difícil chorar de dor quando se sente machucada. Os pedaços caídos no chão. Recostados no canto da sala pra não atrapalhar o trânsito. Existem os cacos que foram remendados. Não dá pra ser perfeita assim. Com cicatrizes. Lembrança de uma vitória? Besteira. Sobreviver dá mais trabalho do que viver. É garoto pedindo no sinal, é pai sem filho, filho sem pai, morte em vida, vida que segue depois da morte. Por que diabos a gente deveria seguir em frente depois que alguém morre? </div><div style="text-align: justify;"><span> </span>Aquela maldita montanha-russa me dá enjoos até hoje. Seja proficiente, você é humana precisa descansar, precisa ser forte nesse momento. Precisa trabalhar, é só sorrir que passa, você está trabalhando demais, precisa se permitir descansar, é jovem, não sabe o que é sofrer, 18 e não deu primeiro beijo? Alta na bolsa, queda na bolsa. Por que mesmo que escrevo? Pra ter expectativas? Mas não era pra tirar a cola que me ligava às expectativas? Porque não deveria escrever? Pra deixar de tentar? Tudo é tão instável! </div><div style="text-align: justify;"><span> </span>Eu tenho me engasgado. A garganta tem sido bloqueada pela constante ânsia. O vômito indecifrável de coisas que não me lembro, mas que sei que doem. Por que doem? Não poderiam doer até parar?
Eu dito as regras? Então quer dizer que tudo está em minhas mãos? Mas elas estão dormentes. Mal conseguem segurar a bússola que guia a própria vida.</div>Lucila Eliazar Neveshttp://www.blogger.com/profile/14999333540940907894noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-3002531352483448140.post-31167753180915897482021-07-26T08:00:00.003-03:002021-07-26T08:00:00.200-03:00Imersão<p> </p><p><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgutwJIizvLJn6COV08jpwNDVpE3vKSIpD7Z8OStH1j1VyWmzKYWjZrNOM6EQsD96arD3N1HWp8AfJ61m616TvOu4JrpJ0sLGukMtdhjFeRkQkcnT70WpcAoUnBnbyG8lowBAEJZhAeBHIn/s2048/WhatsApp+Image+2021-07-23+at+12.14.47.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1961" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgutwJIizvLJn6COV08jpwNDVpE3vKSIpD7Z8OStH1j1VyWmzKYWjZrNOM6EQsD96arD3N1HWp8AfJ61m616TvOu4JrpJ0sLGukMtdhjFeRkQkcnT70WpcAoUnBnbyG8lowBAEJZhAeBHIn/w383-h400/WhatsApp+Image+2021-07-23+at+12.14.47.jpeg" width="383" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Acervo Pessoal</td></tr></tbody></table><br /><p><br /></p><div style="text-align: justify;"> <span> </span>O sino da Igreja de Santa Rita bate as seis e quarenta e cinco junto com o cantar do galo da vizinha. Estou juntando minhas coisas e colocando no fusca azul claro do vovô. No centro da cidade as pessoas seguem em direção a missa, enquanto no rádio do carro toca Milton. Eu amo Milton, amo esse cheiro de domingo. Amo esse bigode aparado todo torto do vovô. Vou sentir muita falta disso; do chiar da panela da vovó fazendo feijão no fogão a lenha todo feito de cimento natado vermelho; da fumaça saindo do coador enquanto a vovó ajeita o cabelo no lenço e amarra o avental já meio surrado; do vovô me ensinando tirar leite da Mimosa; o cabelo branco e ralo do vovô todo bagunçado no vento. Não existe nada mais profundo que mergulhar na própria história. </div><div style="text-align: justify;"> <span> </span>Eu me asseguro de abraçar meus avós bem forte e sentir esse cheiro deles. O sino bate incessante agora enquanto desço na estação de trem da cidade. São sete horas e meu trem apita mais a frente. Meu coração se mantém aquecido. Olho com tanto amor pro meu avô que me emociono. Me certifico de que ele saiba que o amo enquanto passo os dedos por sua barba branca densa e acaricio sua face já bem envelhecida. Enquanto sento no meu banco perto da janela me sinto ligada a todos que vieram antes de mim e à minha história. O trem apita e eu sigo de volta a sacudir nos trilhos.</div>Lucila Eliazar Neveshttp://www.blogger.com/profile/14999333540940907894noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-3002531352483448140.post-7679326796400748032021-07-23T15:00:00.021-03:002021-08-21T19:10:43.161-03:00Nós<p style="text-align: justify;"> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh43pXaARZkf8PolCI3r1AwZuPNUtCQcvyP-Xxeb3VHQRnN4pUX2jVUJxXcOO4hu8kbehGHY4R3T2T9S_RWj6PbCZyI_MvZEBZAHox8pVzDVDRwfK8NFOzw8jp2fvA0swfDXoi0qRSPLO_D/s2048/henri-pham-CLSRxisaf7E-unsplash.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1368" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh43pXaARZkf8PolCI3r1AwZuPNUtCQcvyP-Xxeb3VHQRnN4pUX2jVUJxXcOO4hu8kbehGHY4R3T2T9S_RWj6PbCZyI_MvZEBZAHox8pVzDVDRwfK8NFOzw8jp2fvA0swfDXoi0qRSPLO_D/w268-h400/henri-pham-CLSRxisaf7E-unsplash.jpg" width="268" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto de @henrihere de unsplash</td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> <span> </span></div><div style="text-align: justify;"> A vela está bruxuleante ao lado do pequeno arranjo de flor. A taça sendo servida de água e nós dois nos ajeitando na própria cadeira. À luz da vela ele parece mais velho do que costumava me lembrar. Quando foi que ele ganhou essas linhas no canto dos olhos? Ele me olha com o olhar cansado e a vela faz seus olhos castanhos se parecerem um vulcão. Profundo. Porém adormecido. Algo nele havia adormecido. Algo em NÓS havia adormecido. 15 anos de um "Casamento de Sucesso" e apesar do barulho diário só nos restava o eco. Aonde fomos parar? </div><div style="text-align: justify;"> <span> </span>Ele arruma o guardanapo no colo distraído enquanto me percebo sem nenhum assunto que não seja sobre a casa, os filhos e algo sobre a bateria do carro. Me pergunto novamente: Aonde fomos parar? Aonde foi parar o cara de sorriso fácil e que me fazia rir até o ponto de quase precisar ir ao banheiro? O cara além do pai de família, empresário? Aonde foi para a garota alegre que acordava devagar esperando o colo morno pra mais 5 minutos de sono encaixada no pescoço longo. Eu costumava dizer "Você é mais confortável do que qualquer poltrona cara!" ele ria enquanto tomava o café e lia o jornal. Ele parece cansado demais pra viver a própria essência. Eu olho no reflexo do espelho atrás dele e me vejo: NÓS parecemos cansados demais para viver a própria essência. </div><div style="text-align: justify;"> Eu me sinto exaurida demais pra outro jantar silencioso e vazio. Eu digo "Não me sinto bem, podemos ir embora?”. No momento em que digo isso um clarão aparece no céu seguido de um barulho tão intenso quanto. Uma chuva torrencial começa a cair. Seguimos em direção a porta e parece impossível atravessar até o outro lado da rua. Enquanto pensamos em como vamos resolver isso, um carro em alta velocidade passa sobre uma poça d'água e acaba espirrando água em nós dois e em mais um casal que acabara de chegar. A mulher ao lado fica ensopada e seu cabelo começa a enrolar as pontas. Ela irritada começa a chorar dizendo que por causa de um motorista estúpido o jantar com seus futuros sogros está arruinado. </div><div style="text-align: justify;"> Eu encharcada começo a gargalhar como a muito tempo não fazia. Muito tempo mesmo. Primeiro porque ela não faz ideia de como um casamento pode ser mais desafiador do que molhar um cabelo de prancha. Mas acabo gargalhando mesmo da situação em si. Quanto mais ela chora mais a maquiagem borra, e ela nem viu como o vestido bege dela está todo manchado. E não era como se eu estivesse em uma situação melhor: meu cabelo já está enrolado, e meu vestido "estou casada a 15 longos anos com o mesmo cara (tipo direto, sem nenhuma pausa)" está numa situação pior. Meu marido começa rir alto também, não sei se pelo mesmo motivo que eu. Enquanto me contorço pra frente com a mão na barriga, mania que tenho desde criança, sinto a mão dele me puxar enquanto me diz "Vem!". Atravessamos a rua correndo em direção ao carro rindo alto quando começamos a nos molhar (de novo). Parecia tudo em câmera lenta, mas foi coisa de poucos segundos. Quando entramos no carro, estamos afoitos e respirando pesado pela corrida. Eu o olho nos olhos, e por alguns segundos eu o enxergo ali vivo. Eu me olho no retrovisor e estou com as bochechas coradas e com um resquício de daquela risada escondida no canto dos lábios. Ele me diz: "Meu Deus! Como eu adoro o som da sua risada". E eu suspirando alto digo "Como eu adoro que você me veja rindo!".</div>Lucila Eliazar Neveshttp://www.blogger.com/profile/14999333540940907894noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-3002531352483448140.post-29871625554124048422021-03-16T21:06:00.001-03:002022-04-05T10:42:59.303-03:00A liberdade de ficar<p> </p><div style="text-align: justify;"> <span> </span>Você põe uma mecha do meu cabelo atrás da orelha enquanto canta baixinho com a música: "Então talvez você seja um pássaro azul, querida/Rasgando a escuridão dos meus dias". Seus lábios ressoam as músicas do Luca Fogale, nosso cantor favorito, com tanta naturalidade que parece mesmo ser o que você realmente quer dizer. Seus lábios parecem amar <i>Bluebird.</i></div><div style="text-align: justify;"> <span> </span>Seus dedos acariciam meu rosto, tentando mapear cada parte minha. Eu apenas fecho os olhos e deixo você desbravar minha face. Os seus dedos fazendo o contorno dos meus lábios me faz abrir os olhos. Você esta concentrado neles. Eu não consigo segurar o sorriso e solto o ar preso nos pulmões. Você me olha nos olhos e eu beijo sua mão.
Me deito no seu peito enquanto toca The Way We Are no seu toca disco de família.</div><div style="text-align: justify;"> <span> </span>Levanto a cabeça e beijo seu pescoço, meu lugar preferido. Você massageia minhas têmporas enquanto acaricio seus braços. A ideia de tempo se torna relativa quando estamos nos reconhecendo. Passamos o resto da noite assim: ouvindo Luca e nossos corações. </div><div style="text-align: justify;"> <span> </span>Percebo seu peito subir e descer com sua respiração que se torna cada vez mais calma. Você está dormindo. Agora sou eu que observo cada traço do seu rosto. Redesenho seu maxilar e sinto a aspereza da barba que começa a crescer. Seus lábios como um ímã, atrai a ponta dos meus dedos e sinto o ar quente cheio de vida. Você é tão bonito. </div><div style="text-align: justify;"> <span> Como em hipnose, começo a sentir meus olhos pesarem e a última coisa da qual me lembro antes de adormecer é seu abraço se tornando mais forte. É como estar em casa. </span></div><div style="text-align: justify;"><span><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/uQUJAtHMOPM" width="320" youtube-src-id="uQUJAtHMOPM"></iframe></div><br /><span><br /></span></div>Lucila Eliazar Neveshttp://www.blogger.com/profile/14999333540940907894noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3002531352483448140.post-43518292974912787552020-12-31T22:00:00.008-03:002021-07-23T11:41:28.744-03:00 Ciclos e suas metamorfoses<p> </p><div style="text-align: justify;"> <span> </span>São 7 e 20 da noite e estou aqui pensando nos rituais pós banho. Me descuidei nesses últimos 15 dias. Me percebi anulando meu auto cuidado. Mas aqui pensando, nesse nano segundo entre o início do texto até aqui, eu procurei dormir e descansar. Eu me cuidei sim. Retiro o que disse. Diante de tudo eu fiz o melhor que pude. As vezes pensar no cuidado alheio é cuidar um pouco de si também. Alimentar a generosidade é um importante autocuidado. </div><div style="text-align: justify;"> <span> </span>Mas como falava, enquanto pensava nos rituais pós banho, logo hoje, 31 de dezembro, ri pensando em mim tentando fazer parte de um ritual comum de fim de ano: escrever lista de infinitas e impossíveis metas, pular sete ondas, comer romã e um pouco em duvida entre roupa intima rosa, azul, verde ou talvez a branca que engloba todas elas. Mas não, sou só eu trabalhando, não, alimentando todas as coisas boas que enxergo em mim. É claro que autocuidado não é apenas cuidar da pele, do corpo. É tudo que você busca pra se nutrir. </div><div style="text-align: justify;"> <span> </span>Eu ando pensando muito sobre como a vida tem me ensinado sobre as pessoas, mas principalmente sobre mim. Tem sido um ano intenso. Nunca saí da minha zona de conforto como nesse ano. E foi assustador. E ainda é. Estar disposto a aprender é estar disposto a viver. Esse ano eu aprendi sobre o medo, mas aprendi muito mais sobre como eu tenho tanto poder nas mãos. Poder de me entender e lutar por mim. Que nem tudo é pessoal e que todo mundo é feito de carne e sangue como eu, mas que nem todos enfrentam a vida como eu. E isso me deixou muito mais leve. Eu não sou discípula da verdade. Não preciso enfiá-la güela abaixo. Entender a humanidade das pessoas, só me fez lidar melhor com a minha. A gente passa a vida toda aprendendo e ainda consegue se surpreender. Eu mexi em tantas feridas, e foi tão difícil, mas me fez ver que sou muito mais do que elas. </div><div style="text-align: justify;"> <span> </span>Mas mais do que aprender sobre mim, nesse ano eu me reconheci dentro da minha pele. Descobri que em meus olhos tinham essa camada de poeira que fazia eu me enxergar de forma tão deturpada. No início, estava sem perspectiva, sem acreditar que podia ir além das minhas expectativas. Reconheci minha voz e aprendi sobre usá-la com parcimônia e respeito. E mesmo agora, mais de uma hora depois que comecei esse texto, mesmo depois de um ano atípico, de ter de me despedir dos meus colegas de trabalho e de me ver diante de uma situação familiar no mínimo complicada, eu ainda tenho tanto a agradecer. </div><div style="text-align: justify;"> <span> </span>Obrigada 2020. Feliz 2021!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/G_O-8jCtSIE" width="320" youtube-src-id="G_O-8jCtSIE"></iframe></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjinNBruuIVMhwCctXSfLjxxZmXnSYhVdynw_uRhggbRKtvrF_IAEsk4Ygeg_niBjXG-ZhM9ICHxjIVJOWfcMsP3NxTYih9HhGmQDZ-FTzjCvoTRPsaORjpp6KCdS4OQOBHOBkSsno10wvl/s1600/1609507649157179-0.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
<img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjinNBruuIVMhwCctXSfLjxxZmXnSYhVdynw_uRhggbRKtvrF_IAEsk4Ygeg_niBjXG-ZhM9ICHxjIVJOWfcMsP3NxTYih9HhGmQDZ-FTzjCvoTRPsaORjpp6KCdS4OQOBHOBkSsno10wvl/s1600/1609507649157179-0.png" width="400" />
</a>
</div><br /></div>Lucila Eliazar Neveshttp://www.blogger.com/profile/14999333540940907894noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3002531352483448140.post-42384294816994483102020-12-07T15:26:00.000-03:002020-12-07T15:26:06.411-03:00Sobre o Sarau do Projeto Escrita Criativa<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjz_oRCA9H0g6lYZN05PhxhlGib1di0Vn_ykd_Uk4RfgJs8Eqd7I7m-0fKE-QuqmZ97O4E41-Kt7ROCwHcOea__AAoxXsshIpccr4HDlAXT0ztrT1OlMDxAJmPeeFDeS-XUo8TMjKwdLYJi/s1280/Sarau+PEC+-+canal+youtube.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjz_oRCA9H0g6lYZN05PhxhlGib1di0Vn_ykd_Uk4RfgJs8Eqd7I7m-0fKE-QuqmZ97O4E41-Kt7ROCwHcOea__AAoxXsshIpccr4HDlAXT0ztrT1OlMDxAJmPeeFDeS-XUo8TMjKwdLYJi/w400-h225/Sarau+PEC+-+canal+youtube.jpeg" width="400" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> <span> </span>Acordei com o despertador e o primeiro som que ouvi foi da goteira da calha caindo no passeio, a chuva mansa típica de fim de ano e que já associei ao natal, àquele aconchego. </div><div style="text-align: justify;"> <span> </span>O segundo foi o do meu coração batendo tão forte, tão grato. Achei que não dormiria noite passada tamanho êxtase. Mas dormi feito anjo e acordei emocionada. Foi emocionante demais estar no meio de escritoras tão talentosas e saber das histórias por trás de cada texto. Quanta vida! </div><div style="text-align: justify;"> <span> </span>Eu sempre fui aficionada por histórias, aquelas que ninguém conta, mas que fica escondida nas fotografias. Quando ela é transformada em texto a gente aprende um pouco sobre como viver. Ler meus textos pra tanta gente e receber tanto feedback lindo foi mais do que meu coração estava preparado.</div><div style="text-align: justify;"> <span> </span>Fiquei tão feliz por ser parte de algo tão lindo. Muito obrigada <a href="https://linktr.ee/ayumiteruya" target="_blank">Ayume</a>, <a href="https://linktr.ee/annacaribe" target="_blank">Anna Carolina Ribeiro</a>, <a href="https://www.profanofeminino.com/" target="_blank">Ane Venâncio</a>, <a href="https://linktr.ee/fe_notavel" target="_blank">Fernanda Rodrigues</a> e <a href="https://www.watermeloncurly.com/" target="_blank">Leidiane Holmedal</a> por deixar meu coração tão quentinho nessa tarde de domingo! Tanta gente querida apareceu e transbordou meu coração de gratidão.</div><div style="text-align: justify;"> <span> </span>Se você não conseguiu assistir, a live ficou salva lá no canal do youtube do Projeto Escrita Criativa. Acesse por <a href="https://www.youtube.com/watch?v=EWzxkh3HamE&t=56s" target="_blank">aqui</a>.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div>Lucila Eliazar Neveshttp://www.blogger.com/profile/14999333540940907894noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-3002531352483448140.post-80598733342970873592020-11-30T12:25:00.000-03:002020-11-30T21:11:49.119-03:00Des-Abrigo<p> </p> Tenho ouvido um crack <div>som de algo se partindo lentamente </div><div>é quase inaudível </div><div>mas ouço. </div><div>Por quantas mutações
terei que passar? </div><div>As coisas agora não são as mesmas. </div><div>Agora </div><div>aqui </div><div>parada </div><div>pensando </div><div>tenho essa saudade
de quando tudo era simples </div><div>como o rastejar lento
da minha vida de lagarta. </div><div>Era confortável meu abrigo. </div><div>De manhã
enquanto alongo minhas asas </div><div>me preparo para meu primeiro voo matutino </div><div>Lentamente tenho descoberto minha potência </div><div>eu agora posso voar. </div><div>Cada dia minhas asas se tornam mais fortes. </div><div>Cada dia vejo o céu mais de perto.
</div><div><br></div><div><br></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/noz0uYevUEw" width="320" youtube-src-id="noz0uYevUEw"></iframe></div><br><div><br></div><div><br></div><div><br></div><div><br></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjF9XDIzEUHVJwRpJ2fu19l7k16ZBV7xZeZTkp88yza3pzP5S7KvZujh0R3WdgfuNdSbHACyMLQfNZW2MXdcN8tSW1teKAUnBVNpbUf-if-Z7zRrPIU2oCDvPBL_UUyP2K99vsJ5QQYR8kx/s300/Para+o+final+dos+posts+m%25C3%25A9dio.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="123" data-original-width="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjF9XDIzEUHVJwRpJ2fu19l7k16ZBV7xZeZTkp88yza3pzP5S7KvZujh0R3WdgfuNdSbHACyMLQfNZW2MXdcN8tSW1teKAUnBVNpbUf-if-Z7zRrPIU2oCDvPBL_UUyP2K99vsJ5QQYR8kx/s0/Para+o+final+dos+posts+m%25C3%25A9dio.png"></a></div><br><div><br></div>Lucila Eliazar Neveshttp://www.blogger.com/profile/14999333540940907894noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3002531352483448140.post-36222755894222282402020-11-29T09:00:00.003-03:002020-11-29T09:00:01.056-03:00O que podemos encontrar numa rosa?<p> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtPd1dU6KnleRS7nHYLdguD2wLnADtqTYWbMGqJ_eOp4mDhcD_N6qbg4gG3h4kSv_Lj6_30QvyyvrUJI73D3luE9pt-U05mpnHvJLmkBWniqzErc4pk_Grk8ejIdYbztiCxv9MBi57YKth/s1350/75513461_2808238895854959_6386591161988939776_o.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1350" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtPd1dU6KnleRS7nHYLdguD2wLnADtqTYWbMGqJ_eOp4mDhcD_N6qbg4gG3h4kSv_Lj6_30QvyyvrUJI73D3luE9pt-U05mpnHvJLmkBWniqzErc4pk_Grk8ejIdYbztiCxv9MBi57YKth/s320/75513461_2808238895854959_6386591161988939776_o.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Imagem de minha autoria</td></tr></tbody></table><br /><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div style="text-align: justify;"> Eu tenho sempre muita vontade de escrever. Palavras se juntam numa velocidade absurda em minha mente buscando combinações nem sempre sentadas. Mas de uma maneira estranha fazem sentido. Às vezes me pego pensando no porquê das palavras me escolherem. </div><div style="text-align: justify;"> <span> </span>No começo eu as moldava e as levei muito a sério e caramba! Sempre as quis como sensores. Mesmo quando me canso de ser profunda eu ainda sinto demais. </div><div style="text-align: justify;"><span> </span>Eu tenho vontade de vasculhar os macro detalhes das rosas. O motivo de sua delicadeza não me passaria despercebido. Apesar do toque agradável de suas pétalas eu procuraria noutra parte pouco pronunciada nos poemas de amor alguma parte tão sensível e delicada quanto sua pétala e encontraria a tesoura que poda a flor e a prepara para golpes maiores.
</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div>Lucila Eliazar Neveshttp://www.blogger.com/profile/14999333540940907894noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3002531352483448140.post-45869113435052582032020-11-25T12:00:00.018-03:002020-11-25T12:00:01.120-03:00Eu finquei meus pés na terra molhada<p></p><div style="text-align: justify;"> <span style="text-align: justify;"> </span><span style="text-align: justify;"> </span><span style="text-align: justify;">Hoje cedo, no trabalho, senti cheiro de terra molhada. Eu particularmente gosto muito. Depois de um período seco, a chuva cai e apaga a poeira, é o que dizem por aqui. Mas nada apaga um ser. As coisas só se mesclam. A terra molhada cheira alto e eu me canso de resistir. Ela tira toda essa defesa. Meus olhos pesam. Meu corpo pesa. Eu deveria dizer todo esse texto em voz alta mas minha alma não existe em dias como esse em que emudeço de chuva. </span></div><span style="text-align: justify;"><div style="text-align: justify;"> Me sinto como num dramalhão bem mexicano, mas em todas as vezes eu nunca me enxergo de forma positiva, mesmo conhecendo tudo de bom que tenho. É uma roupa que não me serve, mas que insisto em usar. Às vezes me pergunto se fiz dessa versão uma regra. </div></span><span style="text-align: justify;"><div style="text-align: justify;"> Sim, pode ser que eu chore. Pode acontecer de eu chorar as vezes. Principalmente se me acumulo em uma poça de coisas não ditas. As vezes acabo transbordando e choro. A pressão pode ser demais. Às vezes paro em frente ao espelho, me olho nos olhos tentando entender o que a bailarina quis dizer esse tempo todo. </div></span><span style="text-align: justify;"><div style="text-align: justify;"> Ainda sinto o cheiro de terra molhada. Ela trouxe um pouco de paz e algumas lágrimas aos olhos. Então respiro fundo e minha amiga diz: E tá tudo bem, amiga. Lembro de não tentar resistir a tudo mesmo tentando resistir a essa verdade. Fluir como um rio calmo, claro. Definitivamente viver não é pra amadores. </div></span><span style="text-align: justify;"><div style="text-align: justify;"> Coloco uma música calma, fecho os olhos e então me sento num banco de praça com um copo de café e observo o silêncio da cidade adormecida. Me espreguiçaria feito os raios de sol ao nascer, se pudesse. Daria um abraço morno feito o sol recém-chegado se pudesse. Mas eu posso. Meus olhos se abrem.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/xb86YEj6Tdk" width="320" youtube-src-id="xb86YEj6Tdk"></iframe></div><div><span style="text-align: justify;"><br /></span></div><div><span style="text-align: justify;"><br /></span></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEP7P3r1BuHGYpZt7WV4Fm5j4MRRVq95p_KNTp3oObBiprVtdV6-WGeiEMWjQae6nQFLFswKA5QjJViZ02MzP_TG6LwSm2jqqMM3R84bUtcWXQj2fVVLj4iNPWv817s3rUiZRxv16B-vXd/s300/Para+o+final+dos+posts+m%25C3%25A9dio.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="123" data-original-width="300" height="106" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEP7P3r1BuHGYpZt7WV4Fm5j4MRRVq95p_KNTp3oObBiprVtdV6-WGeiEMWjQae6nQFLFswKA5QjJViZ02MzP_TG6LwSm2jqqMM3R84bUtcWXQj2fVVLj4iNPWv817s3rUiZRxv16B-vXd/w259-h106/Para+o+final+dos+posts+m%25C3%25A9dio.png" width="259" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div></span><p></p>Lucila Eliazar Neveshttp://www.blogger.com/profile/14999333540940907894noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3002531352483448140.post-15226268621280472762020-11-17T11:55:00.000-03:002020-11-17T11:55:58.288-03:00Linha<div><br /></div><div><br /></div><div style="text-align: justify;"> <span> </span>Eu vi a paz e a tranquilidade hoje. Era uma linha bem esticada sobre um terreno baldio que, a essa hora de manhã, estava à sombra de uma casa alta. Alguns cd's velhos e outros trapos revezavam lugar nessa linha e protegiam uma prodigiosa plantação de feijão. </div><div style="text-align: justify;"> <span> </span>Pouco antes me sentia desequilibrada a ponto de precisar de um poema para listar tudo o que me pesava. Sem esperança, e já cansada de tanto caminhar, ao ver aquela linha bem esticada, senti um baque seco dentro de mim. Não entendia o que via, só sabia que ela estava ali, dançando seus cd's e trapos na brisa da primavera, pra me dizer alguma coisa. O baque seco me juntou lágrimas aos olhos. Aquela linha esticada, aquele cd dançando ao vento leve... ele sabia a resposta, não é? </div><div style="text-align: justify;"> <span> </span>Eu não pude me aguentar sobre as pernas. O vento queria me dizer algo. Tive que me sentar no banco mais próximo. Eu precisava o escutar dissertar sobre tudo o que sabia. Soprar o silêncio de fora corpo adentro e calar minha tormenta para que eu então entendesse o que eu precisava entender.<span> <span> </span></span></div><div style="text-align: justify;"> <span> </span>Eu quero ir pra casa.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div>Lucila Eliazar Neveshttp://www.blogger.com/profile/14999333540940907894noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-3002531352483448140.post-25990026646701328872018-01-28T21:10:00.001-02:002020-07-16T14:24:34.324-03:00Recomeço *<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgR0P7XzKM-x5VOD3KRNRjSkZxpJiL8wMI3y-heDh9gkUu1YJxYr1mV0rUvMxZqPgTJhyphenhyphenrFZyHt_eS7D7SmAAxNw3tsbjjtzfGP1YmuuMKQKaIolazQa-QPyf7lAiAaiYwCUyEtaOtyXBXa/s1600/3603_Old-clock-placed-in-the-grass.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" border="0" data-original-height="430" data-original-width="688" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgR0P7XzKM-x5VOD3KRNRjSkZxpJiL8wMI3y-heDh9gkUu1YJxYr1mV0rUvMxZqPgTJhyphenhyphenrFZyHt_eS7D7SmAAxNw3tsbjjtzfGP1YmuuMKQKaIolazQa-QPyf7lAiAaiYwCUyEtaOtyXBXa/s400/3603_Old-clock-placed-in-the-grass.jpg" title="" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fonte: Tumblr</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
A gente sempre recomeça, se não é por uma reviravolta, é por acordar todo dia inteiro, refeito e talvez um pouco pronto ou apenas descansado. Eu peço todos os dias mais uma chance de tentar fazer dar certo. Entretanto, ultimamente eu tenho vivenciado um tipo novo de recomeço. Do tipo maior e inesperado. </div>
<div style="text-align: justify;">
Eu nunca tinha sequer imaginado que essa intensidade de recomeço pudesse existir, muito menos que coubesse dentro de um ser humano. Que coubesse em mim. Então, sim, eu tenho experimentado tudo que vem acoplado com o novo. Todo o percurso para que esse "corpo estranho" se aproxime e se instale tem sido sentido e vivido,sim, obrigado. Ele é inspirado no amor e tem restabelecido a ordem. </div>
<div style="text-align: justify;">
Mas as vezes existem as rupturas. Talvez essa, eu acredito, seja a parte mais difícil. Por mais que estejamos refeitas ainda existe o medo, esse grande babaca. Se fosse uma pessoa eu diria "Cara, você é um babaca!". O Medo pode atrapalhar os planos. Mas se as barreiras são feitas para serem transpostas, quem se importa?<br />
<br />
<br />
____________________<br />
Esse post faz parte do desafio criativo do <a href="https://www.facebook.com/groups/projetoescritacriativa" target="_blank">Projeto Escrita Criativa</a></div>
Lucila Eliazar Neveshttp://www.blogger.com/profile/14999333540940907894noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3002531352483448140.post-50861846306686833442017-05-05T22:26:00.000-03:002020-07-16T14:24:24.529-03:00Sororidade*<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2jW9eZSBGWNT_3wF3l8MbFyOKST01ZgXmAC3KbBasvx56TkzgVRaHCRELInWhre8S9kidotkKW_lgnsZzzAI-tMBfdVRerZyuPd4g8_5KW4IaiBhtXTO_lVB57Uu0Srro2-Itmzktz0rm/s1600/14955883_1782537022001835_1812028083233910367_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="320" data-original-width="212" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2jW9eZSBGWNT_3wF3l8MbFyOKST01ZgXmAC3KbBasvx56TkzgVRaHCRELInWhre8S9kidotkKW_lgnsZzzAI-tMBfdVRerZyuPd4g8_5KW4IaiBhtXTO_lVB57Uu0Srro2-Itmzktz0rm/s320/14955883_1782537022001835_1812028083233910367_n.jpg" width="211" /></a></div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Fechei os olhos pra sentir a brisa. Aquela aura sem cor definida parecida com outono, mas com jeito de primavera. Com certeza era primavera. Era cheiro de primavera não era? Que sorte estar lá praquela brisa. Senti o roçar do dedo no rosto e seu toque me fez livre. Assustada com o toque (ou talvez com a liberdade) abri meus olhos e a bailarina estava ao meu lado com seus olhos grandes me observando. Ela parecia diferente sem sua roupa de festa e suas sapatilhas rosa perolado. </div>
<div style="text-align: justify;">
Tinha consigo algumas pétalas de rosa na mão. Colocou uma delas entre os dedos polegar e indicador e roçava seu dedo sentindo sua maciez me observando pelo canto do olho e pude sentir algo forte no peito. Parecia algo como uma dor profunda, que pesa a alma e também alegria e ao mesmo tempo um sentimento sublime, sutil. Acabei fechando os olhos e apertando-os deixei cair uma lágrima. Enquanto ela caía senti um frio na barriga como quando se está na roda gigante. Abri os olhos e caí na gargalhada. Rimos juntas. Ainda sentada na areia da praia dobrei as pernas na altura do queixo e encostei-o nos joelhos e abracei-as. Voltamos a ficar em silêncio. Mas era um silêncio que gritava. E me pulsava o coração. </div>
<div style="text-align: justify;">
Mais tarde caminhamos lado a lado conversando sobre todas as coisas que se pode falar sem medo nenhum, com leveza. O sol se pôs e fizemos uma fogueira. Assamos <i>marshmallows</i>; enquanto observava as estrelas, a bailarina pulava uma amarelinha invisível. Soltei o ar e sorri leve ao vê-la comemorar chegar ao céu. Deitou-se de forma abrupta ao meu lado e adormeci enquanto ela falava sobre as constelações. </div>
<div style="text-align: justify;">
Amanheci junto com o sol e com o canto das gaivotas. Me sentei sonolenta e a observei brincar na água do mar. Caminhei lentamente para a água e parei passando os pés na areia molhada. Quando a minha primeira onda do dia molhou meus pés senti uma felicidade tanta que acabei deitando na areia molhada e deixei que as ondas me molhasse dos pés à cabeça com a desculpa de que felicidade nunca é demais. Fui puxada para brincar na água e acabei aceitando. Me senti na obrigação de ser feliz.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/wf_ySBlZjKw/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/wf_ySBlZjKw?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
__________________________________________</div>
<div style="text-align: justify;">
*Esse post faz parte do <a href="https://www.facebook.com/projetoescritacriativa/?fref=ts" target="_blank">Projeto Escrita Criativa</a></div>
Lucila Eliazar Neveshttp://www.blogger.com/profile/14999333540940907894noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3002531352483448140.post-81784775993643652042017-02-25T17:56:00.001-03:002020-07-16T14:54:47.571-03:00Leve"Leve é o pássaro:<br />
e a sua sombra voante,<br />
mais leve.<br />
E a cascata aérea<br />
de sua garganta,<br />
mais leve.<br />
E o que lembra, ouvindo-se<br />
deslizar seu canto,<br />
mais leve.<br />
E o desejo rápido<br />
desse mais antigo instante,<br />
mais leve.<br />
E a fuga invisível<br />
do amargo passante,<br />
mais leve."<br />
<br />
Cecília Meireles<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/jnnzbdt4_RE/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/jnnzbdt4_RE?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<br />Lucila Eliazar Neveshttp://www.blogger.com/profile/14999333540940907894noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3002531352483448140.post-71152443951705389232016-06-19T14:10:00.000-03:002020-07-16T14:55:51.514-03:00Nevoeiro de poesia<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYFbxIFFwvVjqtlO0xwUZvErjZibKuZ5J3i_-XEtTV7N38J0kATYo-Zb4WiAbERkv-iMzkM83DX2cZPEKRw8q3FgRUSycpZlG8rN-NBdPVjLnRSWYR-hxSj1KEu-A5VaCrOLk1WKlulffA/s1600/SAM_8161.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYFbxIFFwvVjqtlO0xwUZvErjZibKuZ5J3i_-XEtTV7N38J0kATYo-Zb4WiAbERkv-iMzkM83DX2cZPEKRw8q3FgRUSycpZlG8rN-NBdPVjLnRSWYR-hxSj1KEu-A5VaCrOLk1WKlulffA/s400/SAM_8161.JPG" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Imagem por Lucila Neves</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"Levanta a cortina dos teus olhos, </div>
<div style="text-align: justify;">
contempla a maravilha </div>
<div style="text-align: justify;">
do amanhecer. </div>
<div style="text-align: justify;">
A vida é uma criança, </div>
<div style="text-align: justify;">
esperta, bonita,inteligente </div>
<div style="text-align: justify;">
passa correndo, </div>
<div style="text-align: justify;">
é preciso ver. </div>
<div style="text-align: justify;">
Acredita, </div>
<div style="text-align: justify;">
enquanto há tempo: </div>
<div style="text-align: justify;">
não existe dor sem alento </div>
<div style="text-align: justify;">
nem tristeza tão longe da alegria. </div>
<div style="text-align: justify;">
Quando a luz de cada dia </div>
<div style="text-align: justify;">
acende a vida, </div>
<div style="text-align: justify;">
iluminando o amanhecer, </div>
<div style="text-align: justify;">
não vacila, </div>
<div style="text-align: justify;">
toma posse </div>
<div style="text-align: justify;">
da imensa alegria de viver."</div>
<div style="text-align: justify;">
Ivone Boechat</div>
Lucila Eliazar Neveshttp://www.blogger.com/profile/14999333540940907894noreply@blogger.com1